sábado, 23 de outubro de 2010

Autoridades venezuelanas começam a prestar atenção aos yupka

A atitude radical do Hno. Korta e do líder indígena Ramón Sanare começa a surtir efeito na Assembléia Nacional, em Caracas. Durante reunião de mais de oito horas, ministros, deputados e o vice-presidente da Venezuela aceitaram iniciar as negociações para demarcar a terra dos yupka e liberar os três líderes presos.
Caracas: olhos postos na Serra do Perijá
A greve de fome iniciada pelo Hno Korta e pelo líder indígena Ramón Sanare, nesta segunda, 18, em Caracas, começa a gerar reação das autoridades. Ontem houve reunião na sede da Assembléia Nacional com a participação de ministros, deputados e representantes do Tribunal Supremo de Justiça, que gerou como resultado a proposta de tranferência dos três líderes yupka da penitenciária de Trujillo para a de Maracaibo e da compra de terras  dos fazendeiros por parte do governo como forma de iniciar o processo de demarcação da terra indígena.
A primeira proposta foi rechaçada pelos grevistas por ser contrária ao planteamento de que a justiça ordinária renuncie a julgar o caso dando vez à jurisdição indígena, conforme artigo 260 da Constituição Bolivariana. Se espera um pronunciamento do Executivo sobre esta reivindicação o mais rápido possível.
Por inusitado que possa parecer, os obstáculos para uma solução são levantados pela ministra de Pueblos Indígenas, Nicia Maldonado. Por outro lado, a deputada Iris Varela, da Comissão de Política Interior, declarou publicamente seu apoio à causa.
Neste momento o presidente venezuelano Hugo Chávez se encontra na Europa mas o vice presidente Elías Jaua está diretamente envolvido no caso.
Apesar da avançada idade, o religioso demonstra energia e combatividade invejáveis, sendo acompanhando pelo jesuíta Fernando Lopez, da Equipe Itinerante/Brasil, Julio Avalos, da Causa Ameríndia e 28 estudantes da UIV – Universidad Indígena de Venezuela.
Depois da reunião, militantes da causa indígena e dos movimentos sociais de Caracas decidiram manter o apoio aos grevistas, respaldando as cinco reivindicações planteadas por ambos. 
Entre elas, se exige medida cautelar que permita aos presos responder ao julgamento em liberdade.  Até que isto aconteça, que os três sejam encaminhados a um salão parroquial na Serra do Perijá onde continuarão custodiados enquanto se tramita a transferência da responsabilidade de julgamento.
E que María Korta e o professor Lusbi Portillo sejam incorporados na Comissão que se propõe criar – ponto 5 - para impulsar o cumprimento dos direitos dos povos originários.
Fontes: El Universal e El Pueblo Soberano