A decisão ministerial é arbitrária já que não houve investigação prévia ou sentença judicial que a justifique, e caminha na contramão dos direitos humanos e da natureza.
O “delito” cometido pelo religioso da Congregação La Salle foi participar de atividades em defesa da floresta, dos rios e dos povos que neles habitam, especialmente no estado de Loreto, na Amazônia peruana, onde recentemente a empresa Repsol provocou o derramamento de 400 barris de petróleo no rio Marañon, o que motivou centenas de pessoas a irem às ruas de Iquitos para exigir uma auditoria e a reparação integral dos danos causados.
Fundador da RAL (Iquitos) e conhecido como “defensor dos povos amazônicos”, Paul McAuley está recebendo apoio de várias organizações ecologistas, religiosas e de direitos humanos da Pan Amazônia e Europa, principalmente, que afirmam ser lamentável que o governo confunda a defesa da população indígena e mestiça com um atentado contra a ordem pública.
A verdade, porém, desmascara qualquer possibilidade de equívoco involuntário: ele jamais participou ou incitou nenhum ato de violência.
Diversas atividades, como mobilizações e vigílias, estão sendo realizadas em Iquitos pelo Comitê de Defesa do Hermano Paul McAuley para sensibilizar a opinião pública e exigir que o governo volte atrás nesta decisão.