terça-feira, 6 de julho de 2010

Governo do Peru quer expulsão de defensor dos povos amazônicos


O religioso britânico Paul McAuley, que vive há duas décadas no Peru, recebeu um ultimato do governo de Alan Garcia: através de uma Resolução do Ministério do Interior, ele tem até o próximo dia 8 de julho para sair do país.

A decisão ministerial é arbitrária já que não houve investigação prévia ou sentença judicial que a justifique, e caminha na contramão dos direitos humanos e da natureza.

O “delito” cometido pelo religioso da Congregação La Salle foi participar de atividades em defesa da floresta, dos rios e dos povos que neles habitam, especialmente no estado de Loreto, na Amazônia peruana, onde recentemente a empresa Repsol provocou o derramamento de 400 barris de petróleo no rio Marañon, o que motivou centenas de pessoas a irem às ruas de Iquitos para exigir uma auditoria e a reparação integral dos danos causados.

Fundador da RAL (Iquitos) e conhecido como “defensor dos povos amazônicos”, Paul McAuley está recebendo apoio de várias organizações ecologistas, religiosas e de direitos humanos da Pan Amazônia e Europa, principalmente, que afirmam ser lamentável que o governo confunda a defesa da população indígena e mestiça com um atentado contra a ordem pública.

A verdade, porém, desmascara qualquer possibilidade de equívoco involuntário: ele jamais participou ou incitou nenhum ato de violência.

Diversas atividades, como mobilizações e vigílias, estão sendo realizadas em Iquitos pelo Comitê de Defesa do Hermano Paul McAuley para sensibilizar a opinião pública e exigir que o governo volte atrás nesta decisão.

Um pronunciamento sobre o caso está circulando em internet e através de redes de variados formatos. Se pede que seja enviado não só para conhecimento de outras pessoas como também para o endereço oficial do governo peruano: www.presidencia.gob.pe/cartas_presidente.asp